sexta-feira, 4 de junho de 2010


Nesse instante eu ouvi alguém subindo a escada. Guardei o diário bem rápido e sai do quarto indo em direção a escada esbarrei com o pai. Decidi arrumar a cozinha. Mas a idéia de saber que minha mãe tinha um diário, era incrível. Poder saber o que ela pensava o que ela queria e até mesmo matar as saudades dela. Meus pensamentos voavam enquanto eu lavava a louça. E era claro que eu iria ler esse diário inteirinho. Terminei de limpar as coisas e fui para o meu quarto. A roupa de ontem do bar tava jogada na poltrona. Preguiça. Peguei o celular e resolvi ligar para a Brenda, mas eu vi alguém novamente andando em direção a floresta que fica atrás da minha casa. Eu me aproximei da janela, coloquei a mão em cima dos olhos pra ver melhor. Não dava pra identificar a pessoa, só dava pra saber que era um homem. ‘Isso é tão estranho’ era a única coisa que eu pensava. Não porque tinha alguém andando ali, até porque qual um pode andar ali, mas a imagem da noite da chuva não saía da minha cabeça. E a certeza de ser a mesma pessoa me deixava ainda mais intrigada. ‘Eu vou lá ver quem é’ afinal de contas, era de manhã e todos estavam em casa, qualquer coisa era só gritar. Fui.
Andando pelo quintal de casa a sensação de medo crescia. Eu não sabia o que poderia acontecer e nem quem encontrar. Dava de ver a pessoa de costas andando rápido, já passando pelas primeiras árvores. Comecei a apertar o passo, quase correndo. Já não dava pra o ver mais. A quantidade de árvores naquele lugar é incrível. Decidi ir ao lago ali perto, estava tão próxima dele mesmo. As memórias da infância voltaram, às brincadeiras com o meu irmão; o meu pai nos jogando na água e a minha mãe gritando que isso era perigoso. ‘Bons tempos, esses. ’ O lago estava ali na minha frente. Lindo. Como é bom olhar pra ele e ver que tudo continua igual. Até a ponte velha e o pequeno porto. Poucas coisas hoje continuam do mesmo jeito.
Sentei numa pedra e coloquei os pés na água. Uma sensação refrescante, fiquei tão relaxada. O sol iluminava os pensamentos. Em pouco tempo ali, eu percebi que aquele lugar me fez falta. Era como se eu tivesse carregado as energias. Estava pronta para enfrentar qualquer coisa, essa era a sensação que eu tinha. Balançando os pés na água, sentindo a brisa no rosto e com a cabeça olhando para as nuvens ‘que sensação boa’ , eu conseguia respirar um ar puro. ‘Concordo com você’ era um voz masculina.

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