sexta-feira, 28 de maio de 2010


Na mesma hora olhei pra ele, não acreditando ta pergunta que eu ouvi. Seria tão perfeito pegar uma carona com ele, daria pra conversar bastante e conhecer ele um pouco melhor. Dei um sorriso, um sorriso de pura felicidade e com uma voz suave eu disse ‘Se não for incomodar, eu aceito sim. Meu pai não me atende. ’ Quando terminei de falar alguém do outro lado da rua buzinou. ‘Droga’ eu pensei. ‘Tu conheces?’ perguntou ele. Acho que ele reparou só pela cara que eu conhecia e que eu não gostei muito da surpresa. ‘Aham, é o meu pai. ’ Me levantei ‘obrigada por oferecer a carona’ e fui indo na direção do carro. ‘Lisy?’ ele falou alto. Eu me virei ‘o que foi?’. Teu sorriso é lindo, menina. Se cuida’ ele disse isso, se levantou e foi na direção oposta. Fiquei olhando ele ir, até o pai buzinar de novo.
Meu pai viu a ligação perdida e foi me buscar. Cheguei em casa, almocei e fui para o meu quarto. Fiz as tarefas, eram poucas. Sentei na cama, olhei para um porta-retrato com uma foto da minha mãe. Joguei-me na cama e chorei de saudade dela. O tempo passou tão rápido, nem percebi. ‘Lizy’ eu ouvi chamarem o meu nome. ‘Lizy, Lizy’ meu nome era mencionado a todo o momento. Levantei assustada da cama e dei de cara com uma pessoa na janela pelo lado de fora. Acordei suada. Com medo. Um sonho, um péssimo sonho. Por mais que eu saiba que tudo não era real a minha boca ainda estava seca e o meu coração continuava disparado.
Meu celular tocou, eu atendi. Eram as meninas me convidando para dar uma volta e aproveitar a sexta-feira. Gostei da idéia, eu precisava mesmo sair um pouco e me distrair. Afinal a minha cabeça estava voltando nas lembranças que me fazem chorar sempre. Tomei um banho rápido. Coloquei uma saia preta, uma sapatilha preta também e uma blusa roxa. Só passei um lápis, dividi o cabelo e a parte de cima eu prendi. Sai do quarto e procurei o pai, fui ao quarto dele. A porta estava encostada, e deu pra o ver guardando uma caixa preta de baixo da poltrona. ‘Pai?’ chamei por ele. Ele se virou um pouco assustado oi amor, o que foi?’ . Respondi que iria sair com as meninas e voltaria um pouco tarde. Fui de ônibus mesmo, mas pra voltar eu esperava uma carona. Cheguei lá e elas já estavam. O bar era um que nós íamos antes com mais freqüência, mas ele continuava o mesmo. Bem agradável, várias mesas, um som legal e mesas de sinuca. Conversamos um pouco lá fora e entramos. Tínhamos que comemorar os últimos dias de aula. Sentamos numa mesa mais para o fundo. Veio a garçonete, perguntou o que queríamos e me entregou um bilhete ‘mandaram entregar pra você, menina com pressa’. Eu dei um sorriso tímido, já sabendo de quem era o bilhete. Abri.

terça-feira, 25 de maio de 2010


Virei o rosto para as meninas novamente, elas ainda estavam rindo. ‘Que vergonha, amiga’ disse a Brenda. Começamos a conversar, o sinal bateu, hora de entrar. Indo em direção ao portão eu notei que ele ainda estava lá, e eu tinha certeza ele estava me olhando. Seus olhos encaravam os meus, que fracos se desviavam. Ele deu um sorriso de canto. Passou na minha frente e sumiu no meio da multidão. Não adiantava procurá-lo, era muita gente ali. Mas, eu nem precisava me preocupar, afinal a primeira aula era com ele.
Eu sentava na carteira que se encostava à parede e bem na fileira da mesa dos professores, era a terceira da fila. Alguns de pé e outros sentados, esperando o professor. Ele entrou. ‘Bom dia, turma’ disse ele com um sorriso e colocando o seu material na mesa. Passei quase a aula inteira relembrando da cena e só de lembrar eu já ficava vermelha. A aula havia terminado e eu ainda estava ali sentada viajando nos pensamentos. Fui cutucada, ‘Ta dormindo, Lisy?’. ‘Não, Luci. To viajando aqui’ me levantei e saímos da sala. ‘Cadê a Brenda?’ eu perguntei. Luci olhou séria pra mim e disse que a Brenda já tinha ido, o pai dela ligou e avisou que passaria mais cedo. ‘Ah, que ótimo fiquei sem carona’ pensei. Eu me despedi da Luci e fui pra frente do colégio. Sentei no mesmo banco de antes, abri a mochila e comecei a procurar o meu celular. Achei. Liguei para o meu pai. Ele não me atendeu. Quase todos já haviam saído, eu estava praticamente ali, sozinha.
Ouvi passos, cada vez ficando mais perto de mim. Olhei pra ver quem era. ‘Oi menina’ disse o professor com um sorriso encantador. ‘Oi’ eu respondi olhando pra frente. Ele se sentou ao meu lado e perguntou‘posso?’ . ‘Já sentou mesmo, ele riu. Um silêncio. Nesse momento ficou claro que nós não tínhamos tanto papo assim. Ele olhou pra mim ‘ta esperando alguém?’ . Eu não sei por que, mas eu sei que nesse momento eu fiquei vermelha também. Comecei a mexer com as mãos na mochila de tão nervosa, eu respondi ‘na verdade eu ia de carona com uma amiga, mas ela já foi. To tentando ligar para o meu pai agora’ , olhei pra ele e dei um sorriso, um pequeno sorriso. Nossos olhares se fixaram por alguns segundos. E eu não consegui segurar por muito tempo, logo virei pra frente. Ele riu baixinho ‘Quer carona?’.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A grande Procura


Eu olhava a chuva cair pela janela do meu quarto. Minha cama dava de frente pra ela e mesmo com esse barulhinho gostoso o sono não vinha. Já era tarde, bem tarde. Virei para o outro lado, tentando encontrar uma posição mais confortável. Não achei. ‘Nossa, eu tenho que dormir, amanhã tem aula cedo’ pensei comigo. Fechei os olhos, tentei pensar em alguma coisa linda e me veio na cabeça o meu professor de história, Enzo. Isso funcionou porque logo o celular despertou. Estiquei a mão na cabeceira da cama, com a cara ainda coberta e desliguei o despertador. Voltei a dormir.
Alguém puxou o meu cobertor, alguém abriu a cortina, esse mesmo alguém disse ‘Anda Lisy, levanta’, abri o olho e vi meu pai saindo pela porta. Lá estava eu, destapada, descabelada, de barriga pra baixo na cama e atrasada pra aula. Rolei pro lado direito e peguei o celular na mão, vi a hora. ‘Droga’. Levantei correndo e fui ao banheiro, lavei meu rosto e escovei os dentes, ainda dormindo. Voltei para o quarto, abri o guarda-roupa. ‘E agora? Que roupa eu vou?’. Fiquei com uma mão apoiada na porta e a outra na cintura. Meu pai passou pela porta, voltou de costas e parou ‘Tens tempo pra isso mesmo. Eu to saindo daqui 5 minutos’. Olhei pra trás pela janela, não estava chovendo, mas o tempo tava feio. Peguei uma calça jeans e uma blusa preta. Vesti. Sentei na cama e coloquei uma bota preta por cima da calça. Procurei a mochila no armário, coloquei em cima da cama. Ouvi o pai ligando o carro, peguei a mochila, o casaco preto que tava na cadeira e desci correndo as escadas.
Sai do carro e logo vi as meninas sentadas no banco. ‘Tchau pai, eu volto de carona. ’, fechei a porta e fui correndo devagar ao encontro delas. Meu pai buzinou, virei pra trás para olhar e quando virei de volta eu esbarrei em alguém. Livros caídos no chão, papéis voando. ‘Ai meu Deus, desculpa’ e me abaixei pra ajudar a pegar as coisas. ‘Pra que tanta pressa, menina?’ , a voz vinha de trás e eu sabia quem era. Olhei pra ele, ‘Oi professor’. Eu tenho certeza que eu fiquei vermelha. Absoluta. Voltei a olhar pra frente juntando os livros do menino, e o vi passar por mim. ‘Desculpa’ repeti novamente enquanto entregava os livros. Fui à direção delas. ‘Não corre’ alguma delas gritou enquanto eu olhava para o portão da escola, ele estava lá, parado e parecia me olhar.

A grande Procura

Essa é uma história criada por mim e as imagens foram pegas do Google. Tive essa idéia há poucos dias e achei interessante. Toda terça e sexta eu irei postar uma continuação da história. Comentários elogiando ou criticando, serão todos aceitos.


-Uma garota chamada Lisy, de 17 anos que mora com o pai e o irmão, a mãe sumiu um dia do nada. Lisy senti a falta da mãe e ela jura que vai encontrá-la. A garota se apaixona por Enzo, seu professor de história, 27 anos. Ao mesmo tempo em que ela vive essa paixão, Lisy tenta descobrir o que aconteceu com a sua mãe. A busca por pistas; desconfianças de pessoas próximas; alegrias no amor; decepção em tudo; é isso que Lisy pode esperar esses dias.